Organização do Encontro

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

As Notícias em Livro

Acompanhem as notícias posteriores à realização do 1º Encontro.
Este blogue será actualizado nas próximas semanas.
Colocaremos as fotos tiradas durante o dia; da sessão abertura, dos posters apresentados,
das prelecções, dos moderadores, dos prelectores, dos convidados,
do convívio, do júri de avaliação, da sessão encerramento,
de toda a actividade do Encontro.
Da compilação das fotos, entrevistas, etc, será publicado um livro,
 sim...um livro virtual
para recordar mais tarde e ficar registo

NOTA; o livro está pronto!
vejam na barra lateral
cliquem e podem ler



  As mudanças das políticas de saúde e as preocupações com a optimização dos recursos humanos (as pessoas, como preferencialmente devem ser a designação) e dos recursos materiais, têm vindo a conduzir a um novo posicionamento das equipas multidisciplinares na sociedade em geral e nas organizações de saúde, em particular.


Este Encontro visa a partilha de experiências, de resultados e opiniões em assuntos que versam as estratégias e mudanças nas unidades e nos profissionais que exercem funções em Unidades de  Cuidados Continuados, particularmente na região do Alentejo.

Programa 1º Encontro



1º Encontro 2012

Vai realizar-se no dia 23 de Novembro, o 1º Encontro de Unidades Cuidados Continuados do Alentejo, no  Teatro Bernardim Ribeiro em Estremoz, com abertura do secretariado às 8h30m.

Já temos 125 inscrições e muitos convidados já confirmaram a sua presença.

Na Sessão de Abertura temos a honra da presença dos seguintes Representantes:
Unidade de Missão - Dra Ana Girão 
ARSAlentejo - Dra Paula Marques 
Equipa ECR-CCI Alentejo - Dra Isabel Mendonça
Câmara Municipal de Estremoz - Dr Francisco Ramos 
Delegação CVP Estremoz - Dr Luis Rosado 
UCC/Clínica CVP Estremoz - Dr Abel Barbosa

Inscrições e informações dirigidas a:

1º Encontro de UCCAlentejo
jccestremoz@gmail.com


A importância do Plano Integrado de Actividades



“A Importância de um Plano Integrado de Atividades”

A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, criada pela parceria entre os Ministérios da Solidariedade Social e da Saúde, é uma resposta de cuidados globais a todas as pessoas que, independentemente da sua idade, se encontrem em situação de dependência.
As Unidades de Média Duração e Reabilitação visam responder a necessidades transitórias, promovendo a reabilitação e a independência, em situação clinica aguda ou descompensação de um processo crónico.
Após o acolhimento na Unidade, o conhecimento das espectativas e necessidades da pessoa e familiares é realizada a avaliação pela equipa multidisciplinar e em reunião de equipa é discutido o caso e construído o Plano Individual de Intervenção.
Com base nos seguintes conhecimentos teóricos:
A identificação das expetativas e objetivos do individuo e da sua família/ ou cuidadores são partes importantes na qualidade dos serviços prestados.
A perda ou limitação na capacidade de se envolver em atividades resulta numa restrição na participação e promove maior dependência e diminuição da perceção de qualidade de vida.
O trabalho multidisciplinar possibilita o cuidado global, valorizando o ser humano multidimensional, que necessita de diferentes cuidados, tendo em conta a interação entre os fatores físicos, psicológicos e sociais.
Numa Equipa deve dar-se a mesma importância às competências relacionais, instrumentais e cognitivas.
O plano comum de atividades tem como objetivos:
Proporcionar oportunidades de socialização e envolvimento em ocupações significativas; maximizar e otimizar os tempos disponíveis; conhecimento integral do Utente por toda a equipa, humanizar a resposta de cuidados, partilhar conhecimentos entre os diferentes técnicos, permitir uma resposta mais eficiente e eficaz na realização dos cuidados.
A Equipa é constituída por: Animadora, Auxiliares, Enfermeiros, Fisioterapeutas, Médicos, Psicóloga, Técnica de Serviço Social, Terapeuta da Fala e Terapeuta Ocupacional.
As atividades realizadas são: as notícias e o mundo, atividade culinária, sessão de movimento, estimulação cognitiva, estimulação sensorial, cinema, passeio ao exterior, cuidados pessoais, expressão plástica, treino da colocação de voz e estimulação da comunicação.
Cada técnico com os seus conhecimentos teóricos e práticos e a sua competência profissional são uma complementaridade para chegar aos objetivos pretendidos, permitindo uma resposta mais eficiente e eficaz na realização dos cuidados, visando a promoção da qualidade de vida.
O Trabalho em Equipa é hoje uma exigência e um desafio para todos os profissionais. É uma experiência inovadora que afeta positivamente tanto a satisfação do Utente como a dos profissionais.


UCCMDR CVP Estremoz
Sónia Carona

1º ano funcionamento UCC Casével


Primeiro Ano de Funcionamento da UCC Casével

Casével é uma das cinco freguesias do concelho de Castro Verde e que dista do mesmo 10km. Em tempos foi sede de concelho, tendo recebido foral de D. Manuel I em 20 de Setembro de 1510.
Em termos demográficos, Casével apresenta uma população absoluta de 365 habitantes distribuídos por uma superfície de 33 km2, segundo dados do último censo, o que perfaz uma densidade populacional de 11 habitantes/km2.
Casével apresenta tendência de envelhecimento populacional pelo que tem riscos de alguma vulnerabilidade à exclusão social, situação que a Fundação Joaquim António Franco e seus Pais tem evitado ao longo dos 45 anos da sua existência.
A Fundação Joaquim António Franco e seus Pais é uma instituição particular de solidariedade social criada em 18/05/1961 para cumprimento de disposição testamentária de Joaquim António Franco. O seu objectivo social situa-se, pois, no apoio e protecção aos idosos, mediante a prestação de serviços a este grupo etário e prioritariamente na freguesia de Casével, conforme indicação estatutária.
Tendo em conta este principio, em 1995, a Fundação cumpriu mais dois dos seus objectivos sociais: a abertura do Centro de Dia e a implementação do serviço de Apoio Domiciliário. Em 2 de Maio de 2011 procedeu-se à abertura da Unidade de Cuidados Continuados Integrados (tipologia de Média Duração e Reabilitação) e do Lar de 3ª idade.
A UCC de Casével conta com uma equipa multidisciplinar com as seguintes áreas de intervenção:
-          Médica;
-          Enfermagem;
-          Fisioterapia;
-          Terapia Ocupacional;
-          Psicologia;
-          Terapia da Fala;
-          Assistente Social;
-          Dietista;
-          Assistentes operacionais;
-          Animação Sociocultural.
Tal como é do conhecimento geral e seguindo as orientações emanadas pela RNCCI, após a admissão do utente a equipa procede ao acolhimento multidisciplinar, onde é feito o levantamento das expectativas face ao internamento transmitidas pelo utente e cuidador. Posteriormente, é elaborado o Plano Individual de intervenção, o qual conta com o envolvimento dos cuidadores e utente. Posto isto, a equipa implementa o seu plano de intervenção. Durante este tempo de funcionamento, apesar de algumas dificuldades inerentes ao inicio de actividade, sentimo-nos gratificados pelos sucessos obtidos com os planos de intervenção da equipa multidisciplinar.
Seguem-se os depoimentos de utentes que fizeram questão de deixar o seu testemunho ( depoimentos em video).
Com vista a proporcionar alguns momentos de lazer e recreação aos nossos utentes e cuidadores, a Unidade realizou algumas actividades ao longo do seu tempo de funcionamento, entre as quais destacamos:
-          Arraial de Santos Populares;
-          São Martinho (com a participação dos alunos da Escola Primária de Casével);
-          Dia mundial da criança (comemorado com as crianças de Casével);
-          Comemoração dos Aniversários dos utentes;
-          Passeios rurais;
-          Visita à Barragem da Amieira (com intercâmbio com a UCC de Elvas);
-          Outras actividades lúdicas realizadas com os utentes.
Para apresentação deste trabalho consideramos pertinente uma exposição em formato de vídeo, testemunhando com imagens o trabalho realizado pela equipa da UCC de Casével durante o seu primeiro ano de funcionamento.

Escala de MIF e de Barthel


Jornadas de Cuidados Continuados de Estremoz

Título: A Escala de MIF e a Escala de Barthel como instrumentos de trabalho na avaliação da funcionalidade na Unidade de Convalescença do Hospital do Litoral Alentejano.
Autores:
Ana Carina Sabino Madeira da Silva, Enfermeira.
Patrícia Alexandra Rodrigues dos Santos, Terapeuta Ocupacional.
Preletora:
Carina Silva, Enfermeira, Unidade de Convalescença do Hospital do Litoral Alentejano

Resumo
A Unidade de Convalescença através da sua abordagem multidisciplinar, tem como finalidades a estabilização clínica e funcional do utente, através de uma avaliação e reabilitação integral da pessoa com perda transitória de autonomia potencialmente recuperável.
Deste modo, considera-se que a monitorização da funcionalidade dos utentes é fundamental para as boas práticas da unidade.
Tendo em conta esta necessidade, decidiu-se investigar mais sobre a Escala de MIF, um instrumento amplamente utilizado internacionalmente que permite avaliar a funcionalidade do utente, tendo em conta a atuação de diversas áreas de intervenção da equipa multidisciplinar (Enfermagem, Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Terapia da Fala), comparando assim a sua sensibilidade com a Escala de Barthel.
Referências Bibliográficas
Hall, M., et al. - Functional measures after traumatic brain injury: Ceiling effects of FIM, FIM+FAM, DRS, and CIQ. (1996) In: The Journal of Head Trauma Rehabilitation. [Artigo Online] em http://psycnet.apa.org/psycinfo/1997-07168-001
Ravaud, et al. - Construct validity of the functional independence measure (FIM): questioning the unidimensionality of the scale and the “value” of fim scores. (2000) In: Scandinavian Journal of Rehabilitation Medicine. [Artigo Online] em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10230001

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Via subcutânea...resumo UCC Odemira, Nunes


“VIA SUBCUTÂNEA: UMA ALTERNATIVA DE CONFORTO NO CUIDAR”
Encontro de Cuidados Continuados: Falar de Nós
23 de Novembro
Autoras: Daniela Alves e Inês Nunes
Prelectora: Inês Nunes
Os cuidados à pessoa portadora de doença crónica evolutiva são hoje encarados como uma intervenção técnica rigorosa no sofrimento dos doentes que apresentam doença grave e/ou avançada, incurável e progressiva. Pretende-se com as intervenções terapêuticas (farmacológicas e não farmacológicas) assegurar um controlo sintomático eficaz e reduzir ao máximo a ocorrência de crises que agravem a qualidade de vida do doente e aumentem a ansiedade dos familiares.
A via de eleição para hidratação e administração de terapêutica é a via oral, nestes doentes. Contudo, quando tal não é possível há que considerar outras vias possíveis: transdérmica, intravenosa, intramuscular, rectal e subcutânea.
Na maioria das situações quando se pretende um controlo sintomático eficiente, nomeadamente náuseas/vómitos, dispneia, entre outros, a via parental é indispensável. Assim, surge a via subcutânea, como uma alternativa de conforto, para administração contínua (hipodermóclise) ou intermitente (bólus), com reconhecidas vantagens, permitindo controlar sintomas de forma eficaz, menos dolorosa, baixos custos, baixo índice de complicações, facil aplicabilidade e manutenção, permitindo conservar a autonomia do doente e internamentos recorrentes. Desta forma, promove a melhoria do conforto e qualidade de vida do doente.
O uso fundamentado da técnica, o esclarecimento de dúvidas junto dos profissionais, bem como a sua divulgação em trabalhos como este, permitem melhorar os cuidados prestados a pessoas com doenças crónicas avançadas/terminais.

Stress nos Profissionais de Saúde...UCCOdemira



SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE ODEMIRA
UNIDADE DE CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS
Preletoras: Inês Correia e Inês Rocha

Stress nos Profissionais de Saúde: A nossa realidade
Resumo
O Stress e o Burnout são vistos como um problema psicossocial com consequências individuais e organizacionais.
As instituições de saúde, em especial hospitais e centros de saúde, constituem ambientes de trabalho com características organizacionais normalmente associadas ao stress. (Silva, Queirós & Rodrigues, 2009)
E nas Unidades de Cuidados Continuados? Os profissionais também sofrem situações de stress? Também estes profissionais experienciam situações de stress, pondo em risco a produtividade das instituições.
Neste sentido, o presente trabalho surgiu com o intuito em compreender as repercussões do stress no desempenho dos profissionais de saúde, especificamente na Unidade de Cuidados Continuados de Odemira.
Sabendo que o stress decorre de um desajustamento entre as exigências do mundo e a capacidade que a pessoa tem de lhe responder, os objetivos do trabalho passam por conhecer os fatores que provocam stress e as estratégias de cooping que se podem desenvolver. (Ramos, 2005)
Assim, desenvolveu-se um pequeno questionário que aborda a dinâmica relacional, carreira/remuneração e problemática dos clientes instáveis. Aplicou-se a todos os profissionais de saúde da Instituição e posteriormente efectuou-se a avaliação estatística dos dados obtidos.
Os dados recolhidos permitem identificar fatores que podem desencadear situações stressantes. E a identificação de tais fatores é fundamental pois permitem alertar os profissionais de saúde para a problemática do stress e desse modo adquirir estratégias para ultrapassar os níveis elevados de stress.
As instituições devem ter conhecimento das estratégias de cooping de forma a ajudarem os seus profissionais a cuidar de si e possam assim cuidar dos outros, mantendo a produtividade e motivação.

Acompanhamento Familiar...resumo UCC Portel, Paixão



Acompanhamento Familiar; O vínculo inerente à prática


Resumo
A apresentação consiste nos seguintes pontos:
·         Apresentação da Missão, Visão e valores da UCCI Portel
·         Apresentação da equipa da UCCI
·         Identificação das etapas relativas ao internamento
·         Pressupostos inerentes á equipa
·         Trabalhos interdisciplinares realizados na Unidade
·         Visualização de vídeo
·         Participação/envolvimento das famílias nos cuidados 
·         Conclusões 
Prelector – Helena Paixão (Psicóloga Clinica)

Dinâmicas intra-organizacionais, UCCCMontemor, Santanita


Dinâmicas intra-organizacionais. Um olhar na perspectiva da análise de redes sociais num serviço de saúde. (Dissertação da VIII Edição do Mestrado em Intervenção Sócio Organizacional em Saúde. (ESTESL /Universidade de Évora). Orientador: Professor Doutor Joaquim Fialho).
(Carla Santanita, Enfermeira)

PALAVRAS-CHAVE
Redes sociais, análise de redes sociais, cooperação intra-organizacional, organização e capital social.
RESUMO
A cooperação encontra-se presente na vida do Ser Humano desde a sua existência primordial, apontando assim para colaboração entre indivíduos, no sentido de alcançar objectivos comuns. No entanto, ainda que a totalidade dos membros de um grupo beneficiem da cooperação de todos, o interesse próprio de cada indivíduo pode agir em sentido contrário. Cooperar é para cada ser humano, fazer a sua parte na rede de interdependências necessárias à sua sobrevivência. Um aumento de nível de cooperação pode levar a um aumento de competitividade para com outros grupos externos à organização, levando a que a esta apresente vantagens competitivas. Esta comunicação centra-se na identificação do nível de cooperação numa Equipa Multidisciplinar de um serviço de saúde no distrito de Évora, tentando compreender as dinâmicas intra-organizacionais entre os diferentes actores sob a orientação metodológica da Análise de Redes Sociais “Social Analysis Networks”.
As organizações de saúde são organizações muito específicas, constituídas por os mais variados grupos sócio profissionais, detentores de um conjunto de saberes próprios. Estes diferentes profissionais conferem vida e especificidades muito próprias às organizações embora possuam um mesmo objetivo, prestar cuidados de saúde de uma forma holística aos utentes que recorrem aos seus serviços. É certo que, atualmente, pelas mais variadas razões que vivemos, as organizações são obrigadas a delinear estratégias que lhes confiram criatividade e inovação de forma a tornarem-se cada vez mais competitivas. Os utentes cada vez mais se apresentam mais exigentes e são detentores de mais informação, exigindo cuidados rigorosos e de excelência aos diferentes profissionais. Nesta perspetiva, faz todo o sentido compreender as dinâmicas intra-organizacionais num serviço de saúde e compreender os seus impactos na organização.
Assim, a temática da presente investigação centra-se nas “Dinâmicas Intra-Organizacionais. Um Olhar na Perspetiva da Análise de Redes Sociais num Serviço de Saúde” tomando como pergunta de partida: “Qual o nível de cooperação existente numa Equipa Multidisciplinar num serviço de saúde?”. Assim, perante a pergunta de partida e problemática construída, resultam os seguintes objetivos gerais / específicos:
Objetivos Gerais:
·         Compreender a dinâmica de cooperação numa Equipa Multidisciplinar num serviço de saúde específico;
·         Construir uma proposta de intervenção para melhorar os níveis de cooperação na organização.
Objetivos Específicos:
·         Representar a rede da Equipa Multidisciplinar de uma Unidade de Cuidados Continuados Integrados;
·         Identificar dinâmicas de partilha de recursos (informação, conhecimento, materiais, tarefas);
·         Identificar buracos estruturais na rede intra-organizacional;
·         Identificar laços fortes e laços fracos na rede;
·         Identificar os efeitos da rede no comportamento da Equipa.
O presente estudo é sustentado sobretudo no conceito de rede social “Social Networks”. Segundo Mercklé (2004), citado por Portugal (2005), uma rede social pode ser definida como “um conjunto de unidades sociais e de relações, diretas ou indiretas, entre essas unidades sociais, através de cadeias de dimensão variável”. As unidades sociais podem ser indivíduos ou grupos de indivíduos, informais ou formais, como associações, empresas, equipas, organizações, sendo as relações estabelecidas entre os elementos da rede transações monetárias, troca de bens ou serviços, transmissão de informações que podem envolver interação direta ou não, permanentes ou pontuais. Deste modo, uma abordagem a partir da ARS permite uma enorme flexibilidade analítica relativamente ao problema que o investigador pretende estudar. Na presente pesquisa pretende-se discutir dinâmicas entre os elementos que compõem uma Equipa Multidisciplinar de um serviço de saúde, mais especificamente (as dinâmicas de cooperação), a partir do individual para compreender a rede como um todo. Segundo Knoke e Kuklinski (1982), citado por Portugal (2005), o principal valor da ARS assenta sobretudo na premissa de que a estrutura das relações entre atores e a sua localização individual na rede têm importantes impactos (perceções, atitudes e comportamentos) quer para os indivíduos individualmente, quer para o sistema num todo.
Segundo Piseli (1998), citado por Portugal (2003), o conceito de rede social constitui uma ferramenta metodológica a partir da qual se pode observar a complexidade e riqueza dos laços sociais, as dinâmicas de interacção e os processos através dos quais as formas e os espaços são construídos. Desta forma a tarefa da investigação não é estudar as relações entre unidades de sistema social e fixá-las em modelos estáticos, mas sim analisar processos, dinâmicas de interacção, movimentos do sistema social e mecanismos de mudança. Nesta perspectiva, a melhor maneira de demonstrar todas as suas potencialidades.
Assim, abordando o conceito de redes sociais numa perspectiva dinâmica que não está fixo nem “ossificado” socorre-se a uma investigação dual. Por um lado, aplicando uma abordagem quantitativa (questionário sociométrico) e, por outro lado, num momento posterior, indo ao encontro dos actores chave, através de uma abordagem qualitativa (entrevistas), sendo possível confrontar dados colhidos anteriormente e aprofundar a dinâmica de cooperação existente nesse serviço.
Segundo Cross (2010), a maior parte das organizações retira pouco partido da gestão do capital relacional. Os líderes das organizações reconhecem a importância das redes informais quando se trata de influenciar o comportamento mas não conseguem compreender quando é que essas redes são efectivas e quando não o são. Apresentam assim, uma grande dificuldade em descobrir como as redes funcionam para além dos seus próprios pontos de conexão. O que não pode ser visto, por norma não é medido, e o que não se mede, dificilmente será gerido. A perspectiva de redes sociais permite tomar decisões e simplificar as exigências de colaboração, permitindo verificar onde é que existe o bloqueamento de informação dentro de uma organização. A ARS permite simular o que aconteceria aos índices de produtividade e criatividade se actores chave saíssem da organização, fornecendo sinais de alerta antecipados.
Num futuro não muito longínquo, iremos olhar e gerir as organizações de uma forma muito diferente, iremos olhar para as organizações numa visão activa, em movimento, a terem uma vida cheia oportunidades e ameaças. As organizações não são mais que o reflexo das pessoas que lhe dão vida dia após dia.

O papel do Plano Individual de Intervenção...resumo de UCCC Montemor, Mestrinho


O papel do Plano Individual de Intervenção no Planeamento da Alta em Cuidados Continuados – O Modelo da Unidade de Convalescença de S. João de Deus
(Nelson Mestrinho, Enfermeiro)

PALAVRAS-CHAVE
Plano Individual de Intervenção, objetivo geral, objetivos específicos, qualidade de vida e expetativas.

RESUMO
A preparação da alta do utente de cuidados continuados tem início no dia do acolhimento do utente na unidade. No acolhimento, a Equipa deve verificar quais as expetativas do utente com o internamento e qual o seu conceito de qualidade de vida, uma vez que este conceito condicionará toda a reabilitação do utente na Unidade, assim como deve servir de elemento de referência para a elaboração do objetivo geral do internamento.

Se utente X procura com a estadia numa Unidade (expetativa/conceito de qualidade de vida para o utente), o objetivo geral deverá ser definido em função da mesma e desta forma é criado o seguinte objetivo: “Que o utente ganhe autonomia nas AVD’S”.
Há um fator importante no meio deste processo que se prende com a expetativa da família, muitas vezes diferente daquela que o utente possui. Se a família não tiver condições para receber o utente em casa se este não sair da Unidade autónomo, esta questão terá que ser explanada no momento do acolhimento. Qual o motivo para tal afirmação? Há ausência de cuidador (demasiado idoso, com problemas de saúde, em idade ativa e única fonte de rendimento, sem conhecimentos na prestação de cuidados)? A casa não tem condições habitacionais, com barreiras arquitetónicas que inviabilizam o regresso do utente? Condições económicas deficientes? Poucos conhecimentos do cuidador para a prestação de cuidados?

As respostas a estas questões serão tidas em consideração na elaboração dos objetivos específicos do PII, motivo pelo qual é necessário envolver a família desde o início em todo o processo. É informada a família e o próprio de que será avaliado nas próximas 48 horas pela Equipa da unidade e é marcada a reunião de aprovação e discussão do PII para uma semana depois da entrada do mesmo na unidade.
A primeira semana na unidade é de grande importância, uma vez que permite avaliar as potencialidades do utente e fazer a projeção do que poderá acontecer nos 30 dias seguintes. A Equipa reúne em Reunião Multidisciplinar, discute o caso e constrói-se o PII. No caso anterior, na avaliação inicial do utente deve ser utilizada uma Escala de Avaliação das AVD’S (por exemplo, o Índice de Barthel).

O Score da Admissão corresponde ao estado atual do utente, sendo que o Score Pretendido no Final dos 30 dias é o que a Equipa pensa que o utente conseguirá atingir. O objetivo específico criado será: “Que o utente passe de um Score de Barthel de 60 para 90 no espaço de 30 dias”. Quando é apresentado o PII à família, é mostrada esta tabela e referido que a Equipa tenciona dar alta ao utente se este objetivo for atingido no espaço de 30 dias e prorrogar o internamento se atingir pelo menos o Score de 80. Como será lógico, na grande maioria das vezes a melhoria dos utentes não é tão evidente, motivo pelo qual é necessário construir uma meta menos ambiciosa no primeiro PII. Contudo, a concretização ou não dessa primeira meta menos ambiciosa do primeiro PII, deve servir para informar a família da possibilidade de haver ou não prorrogações do tempo de internamento ou transferências de tipologia, assim como também, da alta para o domicílio, por não ser possível reabilitar mais o utente e não existirem critérios de transferência.

Do exposto nos pontos anteriores, entra o papel do Gestor de Caso na comunicação ao cuidador/família do sucesso do utente na unidade, assim como do feedback da Equipa face à evolução do utente, normalmente com a periodicidade semanal. A família é assim envolvida em todo o processo.
O PII é assim o instrumento de programação da alta nas unidades e é utilizado como “ferramenta compromisso” entre o utente/cuidador e Equipa. Uma vez que é negociado e explicado à família, a alta é um processo transparente, onde todos sabem com o que devem contar.

A decisão do momento da alta dá-se quando os objetivos são atingidos ou, quando não atingidos, no momento em que utente/cuidador e Equipa consideram, por via da negociação, não ser mais vantajoso para o utente a permanência na unidade, altura em que se opta pela transferência ou alta para o domicílio, com ou sem suporte. Esta escolha relaciona-se sempre com a existência de objetivos cujas metas não foram cumpridas. Um exemplo disso é a ida para casa com apoio domiciliário ao nível da higiene, relacionada com a não evolução da utente neste item do Índice de Barthel.

Úlceras de pressão na UCC; uma realidade, Resumo Arronches


Úlceras de pressão na UCC; uma realidade
Pinto, Deolinda; Borrega, José; Furtado, Ana; Miranda, Andreia
O presente estudo foi desenvolvido na Unidade de Cuidados Continuados de Arronches, com uma capacidade de 52 doentes. O objectivo do internamento na unidade é muito variável, dado que recebemos doentes para reabilitação da autonomia perdida, para tratamento de úlceras, para manutenção das competências físicas e cognitivas.
Objectivos:
Os objetivos gerais definidos na realização deste estudo foram calcular a presença de úlceras de pressão na unidade de cuidados continuados e o risco de desenvolver úlceras. Com este estudo pretendemos dar resposta aos indicadores de qualidade determinados pela UCC e desenvolver protocolos de atuação e uniformizar todos os procedimentos.
Metodologia:
È um estudo transversal de avaliação da presença de úlceras e do risco de desenvolver úlceras.
Cumpriu todos os procedimentos éticos, com a informação da família e/ou doente e a Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Arronches. A população é constituída por 525 doentes admitidos entre 1 de Janeiro de 2009 e 31 de Dezembro de 2011. A avaliação foi feita a todos os doentes no dia da sua admissão sendo aplicado três instrumentos, o Instrumento Adaptado do Estudo Europeu de Prevalência de Úlceras de Pressão da EPUAP, a Mini Avaliação Nutricional e o Instrumento de Avaliação da Pele. Sempre ocorre um episódio de agudização com internamento em Hospital de agudos o procedimento é repetido.
Resultados:
Do total de 525 doentes admitidos, cerca de 19% apresentavam úlceras de pressão, 90% dos doentes são provenientes de hospitais de agudos, 4% do domicílio, 5% de outras unidades e 1% de lares. Das 112 agudizações com internamento ocorreram cerca de 5,35% de úlceras de pressão. No que concerne á avaliação do risco de desenvolver ulcera de pressão os resultados obtidos foram cerca de 62% apresentavam baixo risco de desenvolver ulcera de pressão e cerca de 38% alto risco.
Bibliografia:
·         Baranoski, S., & Ayello, E.A. (2004); O essencial sobre o tratamento de feridas – principio práticos.Loures.Lusodidacta.ISBN:9728930038
·         Ferreira,P. Miguéns, C. Gouveia, J&Furtado,K.(2007) Risco de desenvolvimento de úlceras de pressão. Implementação nacional da Escala de Braden. Loures, Lusociência
·         Gouveia, J (2004) Os custos económicos das úlceras de pressão. Centro de Saúde Pampilhosa de Serra.
·         Morison,J.M (2004). Prevenção e tratamento de Úlceras de Pressão. Lusociência

A Intervenção da Equipa da UCC Junto do Doente com Ideação Suicida, UCCC de Vila Viçosa


Resumo:
A Intervenção da Equipa da UCC Junto do Doente com Ideação Suicida.
Unidade de Convalescença da CVP de Vila Viçosa
(prelectora, Dra Sara Santos, psicóloga)


A complexidade biopsicossocial das situações apresentadas pelos doentes que integram as Unidade de Cuidados Continuados exige que os profissionais possuam um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos que lhes permita prestar uma resposta rápida e eficaz na realização dos cuidados, visando a promoção de qualidade de vida.
E quando o doente não quer viver? E quando as ideias que preenchem a sua mente são caracterizadas por uma vontade, muitas vezes silenciosa, de terminar com a vida?
O suicídio é considerado, desde 2003, um grave problema de Saúde Pública, que tem afectado sociedades e gerações indiscriminadamente, arrebatando mais de mil vidas por ano aos portugueses. Em termos mundiais ocorre um suicídio a cada 40 segundos.
A comunicação A intervenção da equipa da UCC junto do doente com ideação suicida tem como objectivos, reforçar a necessidade de nos debruçarmos sobre um tema que ainda hoje é contornado por estigma e tabus, e por isso mesmo é frequentemente descurado ao nível da avaliação e intervenção específicas dos técnicos, acabando por comprometer a evolução do doente internado em UCC. Assim, pretendemos analisar o papel dos vários elementos da equipa multidisciplinar perante o doente com ideação suicida, abordar os mitos que interferem com o desempenho dos profissionais, bem como realizar uma abordagem global das boas práticas a ter em conta perante o acompanhamento do cliente que revela risco de suicídio.